Musa

 

Musa FUI PRESO

 
 

Maria Ribeiro da Silva Tavares foi voluntária no Presídio Central de Porto Alegre na década de 1940. Aos 24 anos, após perder o marido, a assistente social convenceu a diretoria da instituição a dar abrigo a 36 presos. A iniciativa se consolidou quando Vó Maria entregou seu casarão para que fosse transformado no Patronato Lima Drummond. 

Nascida em Pelotas, falecida aos 104 anos, foi considerada referência em ressocialização e reeducação de apenados no Brasil. 

 
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A unidade prisional que ela geriu por muitos anos não tem grades nem grandes muros e possui o menor índice de fugas do RS. A maioria dos presos que por lá passam não reincidem no crime - contam pessoas ligadas à dona Maria. São apenados do semiaberto e aberto que mantém ocupação no mercado de trabalho.

Maria Ribeiro da Silva Tavares foi  idealizadora da Fundação Patronato Lima Drummond e lá viveu e morou  praticamente toda a sua vida, distribuindo carinho, amor e compreensão. A todos, Vó Maria chamava de anjos, pois via em cada ser humano sua alma, seu interior, a bondade que era capaz de transformar. A seus olhos, deixavam de ser anjos caídos e transformavam-se em anjos de luz.

Maria Ribeiro da Silva Tavares sempre acreditou que é possível que presos sejam ressocializados, mas resolveu ir além do ato de apenas acreditar; ela disponibilizou, durante sete décadas, sua própria casa para conviver e reabilitar apenados.

Nas palavras do Juiz Sidinei Brzuska: “A única brasileira que dedicou a vida aos presos e aos direitos humanos e que nem os mais radicais conseguem criticar”.

Muitos de seus ensinamentos foram aprendidos pelo empresário Luiz Carlos Butier, que lá ficou 167 dias. Ele fazia questão de aproveitar todo tempo disponível para conversar com Vó Maria. Essas conversas inspiradoras foram o impulso motivador para a criação da Fui Preso. A ação de Dona Maria mostrou que é possível abordar pragmaticamente um problema que requer um olhar sensível.